Bankoff, A.D.P.
Campelo, T. S.
Ciol, P.
Zamai, C.A.
Laboratório de Eletromiografia e Biomecânica
da Postura
Faculdade de Educação Física - Unicamp
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi de estudar a possível relação entre a
postura corporal e o equilíbrio corporal postural. Assim sendo, este trabalho
proporciona discussões em três focos. Uma enfatizando aspectos relevantes a
postural corporal destacando que a postura corporal é uma característica
individual das pessoas. A segunda, analisando o equilíbrio corporal postural
comparando parâmetros de oscilação do centro de pressão, em apoio bipodálico e
monopodálico, com os olhos abertos e fechados. E por fim analisar as
correlações entre os dados da postura corporal e os dados do equilíbrio
corporal postural. Para a realização deste estudo foram utilizadas duas
avaliações, a primeira tratou-se da avaliação postural computadorizada da
Micromed Biotecnologia e a outra, utilizou-se o baropodômetro eletrônico da
Physical Support Italy, ambas aplicados em 16 sujeitos masculinos sedentários,
com idade variando de 29 a 51 anos. Verificou-se maior oscilação do centro de
pressão com os olhos fechados em apoio monopodálico. Também foi verificado que
em quase todas as correlações houve a ocorrência de valores não significativos
para p<0.05, apenas na correlação entre os valores da linha glútea e o apoio
monopodálico esquerdo olho fechado, a relação foi significativa. Pode-se
concluir que apesar da postura corporal estar intimamente ligada ao equilíbrio
corporal postural, a mesma não é determinante para proporcionar alterações no
equilíbrio corporal postural.
Introdução
O estudo do
equilíbrio corporal e da postura corporal proporciona aspectos que estão
englobados no sistema chamado de controle postural. Dentro deste sistema
existem dois parâmetros a serem considerados, um envolvendo a orientação
postural, ou seja, a manutenção
da posição dos segmentos corporais em relação aos próprios segmentos e ao meio
ambiente, e o outro, o equilíbrio postural, representado por relações entre as
forças que agem sobre o corpo na busca de um equilíbrio corporal durante as
ações motoras (Horak e Macpherson, 1996). Estes dois, a orientação postural e o
equilíbrio postural são constituídos por fenômenos distintos, no entanto,
apresentam relações dependentes (BARCELLOS e IMBIRIBA, 2002).
Esta
relação de dependência pode ser evidenciada por mecanismos fisiológicos
referente ao sistema de controle postural. O sistema vestibular é constituído
por uma estrutura óssea, o labirinto, localizado no osso temporal e tendo
interiormente as estruturas membranosas (Tavares, 1984). Este sistema é um dos
responsáveis pela orientação espacial do corpo em situações estáticas e
dinâmicas, tornando-se uma dos componentes determinantes no equilíbrio corporal
(Friedman, 1986). Outro sistema importante no controle postural é o sistema
proprioceptivo, formado pelos proprioceptores que são os fusos musculares,
órgãos tendíneos e receptores articulares, em que o corpo humano é um sistema
composto por elos e que movimentos de um segmento do corpo interfere em todo
sistema (Enoka, 2000). O sistema visual possui relações significativas com o
controle postural, pois, segundo Vander et al (1981) pessoas que tiveram os
órgãos vestibulares destruídos, mantendo em funcionamento o sistema visual,
receptores articulares e cutâneos, demonstraram uma pequena inabilidade em suas
vidas diárias, apresentando apenas dificuldades de caminhar no escuro, em
terrenos acidentados e escadas. No sistema visual, a retina é sensibilizada por
ondas eletromagnéticas visíveis, que por sua vez são transmitidas ao córtex
visual localizado na região occipital, determinando modificações no tônus da
postura (Douglas, 2002). No controle postural existe também a parcela de
contribuição do cerebelo, ou seja, impulsos originados em receptores das
articulações, tendões, músculos, pele e também de órgãos terminais do sistema
visual, auditivo e vestibular interagem com o cerebelo para que ocorra a
influência do mesmo sobre a atividade muscular concretizando sua importância no
controle do movimento.
Em relação
à postura corporal ou orientação postural alguns aspectos devem ser
considerados. Gardiner (1986) enfatiza que a manutenção da postura corporal
ocorre através de músculos antigravitacionais que possuem características que
permitem adaptações com pouco esforço. As fibras musculares destes músculos são
vermelhas de contração prolongadas sem fadiga e multipenadas em forma de leque,
em que estas características proporcionam uma configuração poderosa com pouca
amplitude de movimento. A postura corporal possui fatores biológicos
determinantes, no entanto, Massara (1986) destaca que a orientação postural não se resume
apenas à expressão mecânica do equilíbrio corpóreo, mas também a expressão
somática da personalidade, considerando fatores de ordem psicofísica e
socioambientais. Neste sentido Bankoff (1990) enfatiza a individualidade de
cada pessoa, frente aos diversos acontecimentos existentes, que desenvolve uma
determinada postura corporal envolvendo conceitos de equilíbrio, de coordenação
neuromuscular e adaptação representando um determinado movimento corporal.
Assim
sendo, este trabalho utiliza dados sobre a postura corporal, coletado através
da análise postural computadorizada, e dados sobre o equilíbrio corporal
postural, provenientes da baropodômetria eletrônica com o intuito de verificar
assimetrias, desníveis e desvios posturais, o equilíbrio corporal postural e as
oscilações do centro de pressão e correlacionar os desvios e assimetrias
posturais com o equilíbrio corporal postural.
Metodologia
População de Estudo
Este estudo
avaliou 16 sujeitos masculinos sedentários, com idade entre 29 e 51 anos, os
quais foram submetidos à avaliação postural computadorizada e a baropodometria
eletrônica.
Material e procedimento
Os dados da
postura corporal foram fornecidos pelo software de análise postural
computadorizada da Micromed Biotecnologia versão 3.0. A análise postural
computadorizada é um sistema complexo que permite a captura de imagens e
medidas de ângulos e distância da postura corporal humana, baseando-se na
marcação de pontos anatômicos pré-determinados.
Este instrumento de análise é formado basicamente por uma câmera de
vídeo padrão VHS, um computador, um fio de prumo, um tripé e uma lona preta de
fundo, que juntamente com o software formam o conjunto necessário para a
aquisição de dados.
Na execução do
experimento a câmera foi instalada sobre o tripé a uma distância de 3,12 metros
do fio de prumo, a uma altura do foco da câmera de 99 cm em
relação ao chão e o fio de prumo situado próximo à lona de cor preta, ambos
pendurados no teto. Os sujeitos com os pontos anatômicos demarcados de acordo
com o protocolo de Lesefe, posicionavam-se em frente à câmera com a lona preta
servindo de fundo para a aquisição das imagens nos planos frontal posterior e
sagital direito. O protocolo de Lesefe está resumido na (tabela 1).
Tabela 1 Demarcação dos pontos anatômicos para
Avaliação Postural Computadorizada - Protocolo de Lesefe.
Plano frontal
posterior
|
PLANO SAGITAL DIREITO
|
Acromial (AC)
|
Cervical (CE)
|
Escapular (ES)
|
Dorsal (DO)
|
Olecrano (OL)
|
Sacral (SA)
|
Linha Glútea (LG)
|
Acrômio/C. Umbilical (ACU)
|
Linha Poplítea (LP)
|
Lombar (LO)
|
Calcâneo/Linha Glútea (CLG)
|
Maleolar/L. Poplítea Proj. (MLPP)
|
Fonte: Manual da de
Avaliação Postural Computadorizada - Micromed Biotecnologia. p. 72, 1998.
Apesar de
processar a aquisição de todos os dados deste protocolo, para este estudo foram
utilizados apenas os dados relacionados à angulação cervical, dorsal, sacral e
lombar no plano sagital direito e angulação acromial, escapular, da linha
glútea e poplítea no plano frontal posterior.
Tratamento
estatístico
Após a aquisição dos dados relacionados à análise postural
computadorizada e a baropômetria eletrônica, através do programa de estatística
da “Statistica 6.0”, foram realizadas análises baseados no cálculo do
coeficiente de correlação simples de Pearson “ r ” para verificar a existência
de uma correlação significativa, p<0,05,
entre a postura corporal e o equilíbrio postural corporal.
Resultados e Discussão
Os ângulos
apresentados na (tabela 2) caracterizam as posturas individuais do grupo,
segundo a análise postural computadorizada. Com estes valores não é possível
afirmar que a postura de um dos sujeitos está errada, pois, a postura não se
resume apenas a números, existe uma complexidade maior, como cita Bankoff
(1994), na postura corporal são convergidos elementos, que caracterizam o
movimento, envolvendo fatores anatomo-funcionais, socioambientais e
psico-emotivos.
Em relação
ao equilíbrio corporal postural, primeiramente apresenta-se a (tabela 3),
tabela descritiva dos dados obtidos durante a execução do experimento no
baropodômetro eletrônico. Segundo Oliveira et al (2000) o equilíbrio corporal
pode ser
analisado pela estabilometria, que quantifica as oscilações do corpo no sentido
antero-posterior (y) e lateral (x) verificando o deslocamento do centro de
pressão.
A oscilação
postural corporal, segundo Smith et al (1997) está relacionada às correções que
o corpo faz para manter a linha do centro de gravidade dentro da base de
sustentação, destacando ainda que a instabilidade constante do equilíbrio pode
ser explicada pela altura do centro de massa e uma base de suporte
relativamente pequena. Assim sendo, verificamos nos dados uma maior oscilação
no apoio monopodálica concordando com este autor.
Tabela 2: Média geral dos ângulos em graus,
obtida através da avaliação postural computadorizada em sujeitos masculinos
sedentários.
Plano frontal
posterior
|
Plano sagital direito
|
|||||||||
Sujeitos
|
AC
|
ES
|
LG
|
LP
|
CE
|
DO
|
SA
|
LO
|
||
01
|
-0,98
|
-0,98
|
-0,98
|
-0,98
|
23,29
|
17,49
|
19,62
|
-15,89
|
||
02
|
-0,6
|
-0,6
|
2,41
|
-0,6
|
33,89
|
31,54
|
15,45
|
-10,12
|
||
03
|
1,0
|
-2,93
|
5,37
|
-0,64
|
30,36
|
38,69
|
16,49
|
-9,51
|
||
04
|
-0,37
|
-0,37
|
-4,46
|
-1,09
|
19,98
|
28,01
|
20,73
|
-17,29
|
||
05
|
-0,94
|
1,45
|
2,24
|
1,66
|
32,73
|
31,51
|
21,41
|
-20,17
|
||
06
|
1,1
|
2,04
|
2,89
|
-3,55
|
24,34
|
34,22
|
27,3
|
-11,65
|
||
07
|
-0,96
|
4,01
|
1,9
|
2,05
|
32,27
|
33,06
|
15,3
|
-17,36
|
||
08
|
-0,95
|
-0,95
|
4,49
|
4,25
|
52,8
|
35,92
|
13,07
|
-13,24
|
||
09
|
1,73
|
-3,77
|
2,09
|
5,43
|
36,94
|
23,22
|
28,13
|
-1,24
|
||
10
|
-2,63
|
-3,48
|
-4,36
|
-3,72
|
28,8
|
23,28
|
31,06
|
-16,39
|
||
11
|
1,89
|
1,52
|
2,16
|
-4,58
|
28,51
|
28,01
|
19,8
|
-8,1
|
||
12
|
0,39
|
-3,77
|
1,95
|
1,29
|
33,38
|
27,17
|
17,42
|
-20,68
|
||
13
|
-1,01
|
1,48
|
1,11
|
-3,61
|
22,15
|
17,98
|
23,97
|
-15,81
|
||
14
|
-4,03
|
-3,66
|
1,8
|
-4,3
|
20,22
|
24,44
|
14,61
|
-10,13
|
||
15
|
1,64
|
1,24
|
3,44
|
1,16
|
30,06
|
20,89
|
13,12
|
-6,63
|
||
16
|
3,15
|
1,97
|
-7,58
|
-1,04
|
31,91
|
29,26
|
11,26
|
-15,49
|
||
MÉDIA
|
1,46
|
-0,43
|
0,90
|
-0,52
|
30,10
|
27,79
|
19,30
|
-13,11
|
||
DESV.PAD
|
1,02
|
2,51
|
3,51
|
3,01
|
7,95
|
6,26
|
5,86
|
5,26
|
||
Acromial
(AC) Cervical (CE)
|
Escapular (ES)
|
Dorsal (DO)
|
||||||||
Linha Glútea (LG)
|
Sacral (SA)
|
Linha Poplítea (LP)
|
Lombar (LO)
|
Nos
aspectos relacionados às influências dos testes com os olhos abertos e
fechados, (figura 1) e (figura 2) verificamos que os sujeitos apresentaram uma
tendência maior de oscilação com os olhos fechados. O equilíbrio é extremamente
influenciado pelo sentido da visão e a estabilidade da postura corporal
torna-se mais complicada com os olhos fechados. (LATASH, 1998)
Tabela 3: Média e desvio padrão da área de
oscilação (cm2), do centro de pressão do corpo e da
oscilação lateral e antero-posterior (cm) do centro de pressão do corpo,
referentes à avaliação estabilométrica. N = 16 sujeitos do sexo masculino.
Mínimo
|
Maximo
|
Média
|
Desvio Padrão
|
|
BOAX
|
0,00
|
0,64
|
0,31
|
0,21
|
BOAY
|
0,00
|
1,65
|
0,44
|
0,45
|
BOACM
|
0,00
|
0,85
|
0,13
|
0,23
|
BOFX
|
0,11
|
0,60
|
0,35
|
0,14
|
BOFY
|
0,17
|
1,16
|
0,43
|
0,29
|
BOFCM
|
0,01
|
0,42
|
0,09
|
0,11
|
MDOAX
|
0,64
|
5,00
|
1,43
|
1,03
|
MDOAY
|
0,42
|
4,28
|
1,21
|
1,00
|
MDOACM
|
0,16
|
7,86
|
1,07
|
1,89
|
MDOFX
|
1,34
|
9,98
|
4,00
|
2,32
|
MDOFY
|
1,71
|
8,32
|
4,35
|
2,05
|
MDOFCM
|
1,13
|
31,28
|
10,73
|
8,22
|
MEOAX
|
0,55
|
3,11
|
1,49
|
0,79
|
MEOAY
|
0,56
|
2,68
|
1,21
|
0,56
|
MEOACM
|
0,16
|
3,04
|
0,92
|
0,90
|
MEOFX
|
1,64
|
18,89
|
5,73
|
5,25
|
MEOFY
|
1,29
|
11,50
|
4,46
|
2,52
|
MEOFCM
|
1,11
|
112,06
|
21,77
|
32,89
|
BOAX - Apoio bipodálico olho aberto e oscilação lateral do centro de
pressão.
BOAY - Apoio bipodálico olho aberto e
oscilação ântero-posterior do centro de pressão.
BOACM - Apoio
bipodálico olho aberto e área de oscilação do centro de pressão. BOFX - Apoio
bipodálico olho fechado e oscilação lateral do centro de pressão.
BOFY - Apoio bipodálico olho fechado e
oscilação ântero-posterior do centro de pressão.
BOFCM - Apoio bipodálico olho fechado e área
da oscilação do centro de pressão. MDOAX - Apoio monopodálico direito olho
aberto e oscilação lateral do centro de pressão.
MDOAY- Apoio monopodálico direito olho aberto
e oscilação ântero-posterior do centro de pressão.
MDOACM - Apoio monopodálico direito olho
aberto e área da oscilação do centro de pressão.
MDOFX- Apoio monopodálico direito olho fechado
e oscilação lateral do centro de pressão.
MDOFY- Apoio monopodálico direito olho fechado
e oscilação ântero-posterior do centro de pressão.
MDOFCM - Apoio monopodálico direito olho
fechado e área da oscilação do centro de pressão.
MEOAX -Apoio monopodálico esquerdo olho aberto
e oscilação lateral do centro de pressão.
MEOAY- Apoio monopodálico esquerdo olho aberto
e oscilação ântero-posterior do centro de pressão.
MEOACM - Apoio monopodálico esquerdo olho
aberto e área da oscilação do centro de pressão.
MEOFX - Apoio monopodálico esquerdo olho
aberto e oscilação lateral do centro de pressão.
MEOFY - Apoio monopodálico esquerdo olho
aberto e oscilação ântero-posterior do centro de pressão.
MEOFCM - Apoio monopodálico esquerdo olho
aberto e área da oscilação do centro de pressão.
Segundo Barela (2000) a
projeção do cenário ambiental na retina do observador implica ações do
organismo com o intuito de minimizar e corrigir oscilações corporais, como no
caso do deslocamento frontal, em que a imagem projetada na retina é aumentada,
proporcionando uma interpretação de um aumento da oscilação na direção frontal,
este quadro provoca reflexos musculares para interagir com esta situação,
aspecto que é dificultado através da diminuição ou extinção desta informação.
Duarte e Zatsiorsky
(2002) realizaram um trabalho com o objetivo de estudar a manutenção do
equilíbrio humano em diferentes inclinações posturais e em tipos distintos de
informações visuais. Estes autores verificaram que o controle do equilíbrio, em
ambos os casos, sofreram influências consideráveis.
Realizando
análises correlativas, através do software Statistica 6.0, entre os dados da
avaliação postural computadorizada e da baropodômetria eletrônica, obtêm-se
resultados mostrados na (tabela 4). Os resultados não apresentaram correlação
significativa para quase totalidade das análises. Apenas a medida da angulação
da linha glútea, correlacionada com a posição monopodálica da perna esquerda e
olho fechado, apresentaram resultados estatisticamente significativos, para
p<0,05. Assim sendo uma possível resposta para este quadro é a adaptação que
o organismo humano é capaz de realizar diante de diferentes situações.
A
manutenção postural está em constantes adaptações, como Barela (2000) afirma
que a orientação postural está relacionada a uma estabilidade entre o indivíduo
e o meio externo, utilizando continuamente informações sensoriais e ação motora
pelo sistema postural.
Uma postura
correta é indispensável para um bom equilíbrio, mas que uma postura não correta
não implica obrigatoriamente num distúrbio do equilíbrio. Por exemplo, um
paciente com escoliose dorsal apresenta um problema postural, mas nem por isso
apresenta distúrbio do equilíbrio corporal. Este autor também destaca que é
previsível, com isso, não considerar sinônimo os dois termos; o equilíbrio é certamente
um conceito muito complexo e dinâmico, a postura é um momento “estático” com
limite de oscilações muito restrito e o equilíbrio é o momento dinâmico que
pode ser mantido ainda com maior ou menor oscilações. (GUIDETTI, 1997).
Tabela 4: Correlação entre os dados da Postura Corporal (plano frontal
posterior e plano sagital direito) e os dados do Equilíbrio Postural Corporal.
AC
|
ES
|
LG
|
LP
|
CE
|
DO
|
SA
|
LO
|
|
BOAX
|
0,07
|
-
|
0,201
|
0,08
|
0,28
|
0,07
|
-
|
-
|
75
|
0,15
|
9
|
57
|
15
|
34
|
0,21
|
0,06
|
|
2
|
1
|
3
|
||||||
BOAY
|
-
|
-
|
-
|
0,04
|
0,06
|
-
|
-
|
0,15
|
0,04
|
0,29
|
0,053
|
17
|
42
|
0,15
|
0,01
|
55
|
|
9
|
4
|
8
|
7
|
|||||
BOACM
|
-
|
-
|
-
|
0,06
|
-
|
-
|
0,12
|
0,25
|
0,08
|
0,23
|
0,165
|
77
|
0,10
|
0,26
|
46
|
45
|
|
81
|
42
|
8
|
59
|
05
|
||||
BOFX
|
-
|
0,01
|
0,059
|
0,29
|
-
|
0,24
|
0,10
|
-
|
0,01
|
04
|
2
|
15
|
0,11
|
48
|
47
|
0,15
|
|
68
|
36
|
71
|
||||||
BOFY
|
-
|
0,00
|
0,443
|
-
|
-
|
0,20
|
-
|
-
|
0,01
|
58
|
8
|
0,41
|
0,05
|
9
|
0,06
|
0,31
|
|
47
|
42
|
29
|
16
|
75
|
||||
BOFCM
|
-
|
-
|
0,304
|
-
|
-
|
0,25
|
-
|
-
|
0,19
|
0,06
|
7
|
0,36
|
0,09
|
39
|
0,20
|
0,34
|
|
99
|
1
|
73
|
61
|
85
|
45
|
|||
MDOAX
|
0,05
|
-
|
0,212
|
-
|
-
|
-
|
-
|
0,05
|
1
|
0,20
|
7
|
0,21
|
0,21
|
0,27
|
0,10
|
06
|
|
87
|
79
|
44
|
46
|
26
|
||||
MDOAY
|
-
|
-
|
0,096
|
-
|
-
|
-
|
-
|
0,22
|
0,05
|
0,38
|
1
|
0,36
|
0,10
|
0,12
|
0,14
|
34
|
|
77
|
76
|
13
|
53
|
99
|
88
|
|||
MDOACM
|
0,04
|
-
|
-
|
-
|
-
|
-
|
-
|
0,11
|
22
|
0,23
|
0,170
|
0,25
|
0,23
|
0,36
|
0,08
|
94
|
|
16
|
7
|
45
|
79
|
26
|
55
|
|||
MDOFX
|
0,21
|
0,28
|
-
|
0,12
|
-
|
0,13
|
0,02
|
0,28
|
71
|
77
|
0,156
|
56
|
0,10
|
85
|
78
|
51
|
|
7
|
33
|
|||||||
MDOFY
|
0,09
|
0,17
|
0,347
|
0,36
|
0,12
|
0,37
|
0,40
|
-
|
32
|
52
|
5
|
64
|
77
|
68
|
06
|
0,37
|
|
91
|
||||||||
MDOFCM
|
0,14
|
0,26
|
0,016
|
0,20
|
0,00
|
0,37
|
0,24
|
0,07
|
37
|
31
|
2
|
07
|
6
|
49
|
65
|
61
|
|
MEOAX
|
0,08
|
-
|
-
|
0,21
|
0,07
|
0,29
|
-
|
-
|
59
|
0,27
|
0,008
|
92
|
7
|
03
|
0,29
|
0,21
|
|
96
|
9
|
63
|
1
|
|||||
MEOAY
|
0,38
|
-
|
-
|
0,48
|
-
|
0,12
|
-
|
-0,28
|
99
|
0,04
|
0,085
|
6
|
0,11
|
68
|
0,08
|
||
07
|
7
|
95
|
55
|
|||||
MEOACM
|
0,24
|
-
|
0,049
|
0,34
|
0,17
|
0,28
|
-
|
-
|
89
|
0,11
|
4
|
26
|
73
|
73
|
0,30
|
0,20
|
|
31
|
25
|
94
|
||||||
MEOFX
|
0,16
|
-
|
0,559
|
-
|
0,34
|
0,34
|
-
|
0,35
|
34
|
0,22
|
8 *
|
0,26
|
44
|
24
|
0,42
|
98
|
|
7
|
6
|
7
|
||||||
MEOFY
|
-
|
-
|
0,511
|
-
|
-
|
0,36
|
-
|
0,31
|
0,09
|
0,23
|
6*
|
0,36
|
0,24
|
2
|
0,34
|
13
|
|
41
|
37
|
58
|
86
|
33
|
||||
MEOFCM
|
0,15
|
-
|
0,610
|
-
|
0,20
|
0,29
|
0,29
|
0,38
|
24
|
0,26
|
1*
|
0,30
|
18
|
74
|
74
|
35
|
|
17
|
05
|
* p < 0,05
Braccialli
e Vilarta (2001) destacam que a herança genética não é o único aspecto a ser
considerado como resultado do homem, pois existem outros fatores externos e
internos, biológicos, sociais e ou culturais, momentâneos ou definitivos, que
estão constantemente influenciando o mesmo, ou seja, situações que proporcionam
constantes adaptações do organismo.
A
determinação de uma porcentagem de importância para um sistema aferente é
extremamente difícil e que o sistema global é tão adaptável que um indivíduo
cego mantém bem seu equilíbrio com uma pequena perda de precisão. (VANDER et
al, 1981).
Perrin et
al (2002) realizaram um trabalho científico para estudar a adaptação
sensomotora entre judocas, dançarinas e um grupo controle. Este trabalho
concluiu que com os olhos abertos judocas e dançarinas indicaram um aspecto
mais significativo, em relação ao sistema sensomotor, do que o grupo controle,
e também que com os olhos fechados somente os judocas apresentaram uma melhora
significativa, ou seja, este quadro de adaptação presente nos grupos acima, é
um aspecto que contribui para a explicação da não existência de uma correlação
significativa entre a postura e o equilíbrio corporal postural apresentada
neste trabalho.
Com o
objetivo de estudar os mecanismos de feedback e feedforward em idosos, durante
a manutenção da postura ereta, Godoi e Barela (2002) realizaram um trabalho
concluindo que os idosos apresentaram funcionamentos dos mecanismos de feedback
e feedforward similar aos dos adultos jovens, mesmo a sugerindo
haver alterações no mecanismo de feedback nessa faixa etária. Este trabalho
também verificou que o grupo de idoso apresentou um menor deslocamento do
centro de pressão comparado ao grupo mais jovem, sugerindo que estes grupos
utilizam estratégias comportamentais diferenciadas para restabelecer o
equilíbrio.
Considerações
finais
Este
trabalho apresentou valores em graus, que caracterizavam a postura de cada
sujeito baseado na análise postural computadorizada. Estes dados não podem ser
considerados como uma representação de uma postura correta ou incorreta, mas
sim parâmetros de auxílio para uma abordagem individual da postura de um
sujeito, haja vista que a postura não abrange apenas fatores genéticos e
biofísicos, mas também aspectos culturais, sociais e psicoemocionais.
Em relação
à avaliação do equilíbrio postural corporal do grupo, através do baropodômetro
eletrônico, houve uma incidência de resultados já mencionados pela literatura,
ou seja, os sujeitos tiveram um comportamento de maior amplitude de oscilação
do centro de pressão no apoio monopodálico com os olhos fechados.
Por fim,
após aplicar o teste de correlação entre os valores obtidos com a avaliação
postural computadorizada e os valores da baropodômetria eletrônica, este estudo
verificou que em quase todos as correlações ocorreu um quadro de relações não
significativas para p< 0,05, apenas no apoio monopodálico perna esquerda e a
linha glútea houve uma correlação significativa. Tal aspecto pode ser explicado
pela adaptação que o organismo humano é capaz de fazer frente a constantes
estímulos, ou seja, mesmo a postura apresentando desníveis, assimetrias ou
desvios acentuados, isto não significa necessariamente que o equilíbrio
postural corporal sofrerá alterações.
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