Enquanto a maior parte do sistema nervoso dos mamíferos (incluindo os humanos, claro) não tem capacidade regenerativa, as células nervosas do nariz (chamadas neurônios receptores olfativos) vivem em constante substituição. Isso porque elas são expostas o tempo todo a diversas substâncias químicas presentes no ar. Para não perdermos a capacidade de sentir cheiros, essas células vivem apenas de seis a oito semanas, e depois disso são substituídas. Foi justamente essa propriedade que foi transferida à lesão medular de Fidyka.
Geoffrey Raisman, professor do Instituto de Neurologia do University College de Londres e responsável pela descoberta da regeneração das células olfativas, explica como funciona o processo: “Nós transplantamos as células para permitir que as fibras nervosas cortadas na medula espinhal cresçam em toda a lesão. É como a reparação de uma estrada: não adicionamos carros, só colocamos uma ponte sobre o problema na estrada para que os carros que estão bloqueados possam atingir toda a área danificada”.
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