Técnica Promete Transformar Olho Castanho em Azul

Procedimento ainda em fase de teste conta com laser de baixa energia, mas especialistas alertam sobre possíveis riscos

Você tem olhos castanhos, mas gostaria que fossem azuis? Pois uma técnica em fase de testes no México e na Costa Rica promete alterar permanentemente a cor da íris, podendo custar 5 mil dólares (pouco mais de R$ 16 mil) quando chegar aos Estados Unidos. Oftalmologistas alertam sobre possíveis riscos, como desenvolver glaucoma. Os dados são do jornal Daily Mail.

“Abaixo de cada olho castanho há um olho azul. A única diferença é que um olho castanho tem uma fina camada de pigmento que cobre a íris azul”, disse Gregg Homer, presidente e diretor científico do Strōma Medical, que testa a novidade.O procedimento conta com o uso de laser de baixa energia, cuja frequência passa através da córnea do olho, antes de ser seletivamente absorvida pelo pigmento escuro que cobre a íris. Isso faz com que o organismo “inicie um processo de remoção de tecido natural e gradual. Uma vez que o tecido é removido, o azul natural do olho do paciente é revelado”, explicou a empresa. Ao remover o pigmento, a luz poderia entrar pelas pequenas fibras no olho. Assim, quando a luz se dispersa, ela só refletiria os comprimentos de onda mais curtos, o que pareceria azul.

De acordo com Strōma Medical, o processo leva cerca de 30 segundos e, por volta de duas semanas, o olho se torna azul. Até o momento, 17 pacientes no México e 20 na Costa Rica foram submetidos ao tratamento. A empresa espera chegar a 100 voluntários ao longo dos próximos anos.

O oftalmologista Saj Khan, do London Eye Hospital, na Inglaterra, disse que o procedimento poderia entupir os canais de drenagem do olho, fazendo com que a pressão ocular suba. “Se isso acontecer de forma significativa o suficiente, por tempo suficiente, é como se o paciente desenvolvesse glaucoma”, explicou.

“Nós estávamos preocupados com essa questão desde o início, por isso foi a primeira questão testada e medida em nossos estudos pré-clínicos e clínicos iniciais”, escreveu a empresa em seu site sobre o assunto. “Até agora, glaucoma pigmentar não provou ser um problema em nossos estudos pré-clínicos ou clínicos.”

Mark Korolkiewicz, especialista em correção de visão por meio do laser da Ultralase, disse que há diferenças fundamentais entre o procedimento a laser para mudança de cor do olho e cirurgia ocular corretiva. “A regra básica é que ao chegar dentro do olho com um laser há riscos de causar mais danos. Nós só usamos lasers sobre a córnea, a superfície do olho. Esse novo tratamento envolve o uso de laser no interior do olho”, comentou.

A Strōma Medical ainda não respondeu sobre possíveis riscos da técnica.

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