O projeto de investigação "sdAb+péptido" desenvolveu anticorpos que reconhecem e desagregam uma proteína cerebral responsável pela evolução do Alzheimer, com a ajuda duma molécula transportadora, encontrada no vírus da dengue.
Esta foi uma das quatro investigações apresentadas hoje, em Coimbra, que resultaram do projeto Do IT - Desenvolvimento e Operacionalização da Investigação de Translação, financiado pelo Programa Operacional Fatores de Competitividade, e que tem como objetivo colocar a tecnologia ao dispor da saúde.
A investigação, desenvolvida entre a TechnoPhage, o Instituto de Medicina Molecular e a Bial, permitiu desenvolver anticorpos que desagregam a proteína que leva à evolução da doença de Alzheimer, explicou o professor Miguel Castanho, do projeto de investigação, hoje à tarde, no auditório da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.
Contudo, para a desagregação da proteína, os anticorpos necessitam de péptidos (biomoléculas), que os transportam até ao alvo, que se encontra no cérebro, disse o investigador.
Os péptidos utilizados para este projeto de investigação foram encontrados na dengue, visto que os vírus têm a capacidade de "transportar o seu genoma para dentro de células", aclarou.
Segundo Miguel Castanho, quer a construção da molécula transportadora quer os anticorpos desenvolvidos poderão ter outras aplicações, sendo que o projeto direcionado para a doença de Alzheimer apresentou resultados "satisfatórios para todas as fases do projeto", estando agora a ser testado em modelos animais.
Também foi apresentado, durante a tarde, o projeto Diamarker, que desenvolveu uma ferramenta de diagnóstico de fatores de risco genéticos e a sua correlação com biomarcadores direcionados para a diabetes tipo 2, numa parceria entre a Biocant, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, as universidades de Coimbra e de Aveiro, entre outras instituições da região Centro.
Já o projeto do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP), em conjunto com a Eurotrials, a Genetest, o IPO do Porto e o Centro Hospitalar de São João, centrou-se nos biomarcadores genéticos para a avaliação da resposta terapêutica no carcinoma colorretal.
Segundo Paulo Canedo, do IPATIMUP, os biomarcadores podem evitar "toxicidades" desnecessárias, evitar "custos adicionais" e aumentar a eficácia dos tratamentos.
Para o investigador o projeto Do IT, permitiu ao próprio IPATIMUP uma aproximação às empresas, saudando a iniciativa.
O Do IT foi um desafio lançado pelo Health Cluster Portugal, que, através de um investimento de 6,8 milhões de euros, 21 instituições, como hospitais, universidades e empresas, trabalharam em projetos ao longo dos últimos três anos ligados à área da saúde.
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